No mercado central, que é onde hoje se concentra mais de 50% da venda de frutas, verduras e hortaliças entre os caxienses quase tudo vem de estados como Ceará e Pernambuco. De Caxias mesmo só chegam às hortaliças, como cheiro verde, alface, couve flor, pimentas e algumas leguminosas como a abóbora, macaxeira e o milho. Mas esta é uma produção tímida e que pouco abastece o consumo local. Na opinião da diretora da Agerp- Agência de Pesquisa e Extensão Rural de Caxias, Marta Surama Vieira o principal agravante para a impulsão da agricultura familiar em Caxias é uma organização na própria cadeia produtiva do agricultor e a total ausência de assistência técnica.
“Na questão da extensão rural hoje é necessário que se faça um estudo sobre a situação da agricultura familiar. O crédito existe, os juros são baixos, mas ainda não há um controle de toda a cadeia produtiva. E isso implica desde a produção até a comercialização. Tem que existir uma rotatividade no fornecimento desses alimentos. O que é mais triste ainda é que ele não está produzindo excedente. Na maioria das vezes ele produz apenas para a sua subsistência. Precisamos tirar esse agricultor familiar da condição de agricultor itinerante. Ele precisa trabalhar com mecanização de forma racional. Isso é o grande desafio que temos hoje”, aponta Marta Surama.
Mas segundo ela nem tudo está perdido. Há alguns exemplos em Caxias, mesmo poucos, de agricultores que conseguem viver do que produzem e ainda conseguir lucro isso, fugindo da agricultura de subsistência.
“Aqui mesmo no terceiro distrito nós temos a família de um agricultor que tem sua terra e os filhos residem com ele, assim como a família dos filhos e todos vivem da agricultura. Do plantio de milho, feijão, arroz e eles não cultivam apenas para comer. Eles conseguem ter lucro com o que produzem. São raros os casos, mas eles existem e isso se deve, sobretudo a racionalidade do agricultor que soube entender a potencialidade das terras que possui e principalmente saber explora de forma inteligente”, enfatiza.
Marta Surama destaca que muitos agricultores as vezes nadam contra a corrente e teimam em investir em culturas agrícolas para a qual o terreno não é propicio e muito menos o perfil do agricultor é adequado para aquela finalidade.
“Tem agricultor em Caxias que quer plantar hortaliça mas a terra que possui não tem água nem como irriga-la. Tem gente que quer criar gado mas o terreno não tem espaço suficiente para isso, tem gente que quer plantar banana, mas a terra não é adequada. E é aí que a assistência técnica faz a diferença porque além de dar suporte ela estuda a potencialidade de cada um, fazendo com que essas linhas de crédito sejam aplicadas em algo que irá apresentar rentabilidade”, argumenta
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