Se há precariedade na coleta de lixo e na manutenção de uma cidade limpa, no lixão de Caxias, localizado no bairro Teso Duro, também há problemas. O primeiro deles foi o crescimento desordenado d local. Atualmente milhares de famílias residem próximos ao lixão e nem mesmo a intervenção da Justiça ou o cadastro das famílias em projetos sociais, consegue manter as crianças e as famílias de baixa renda afastadas do lugar.
Ainda há dezenas de pessoas que sobrevivem do que é retirada do lixão de Caxias, realidade que se aplica há muitas cidades brasileiras. A dona de casa Raimunda Barbosa recebe do Bolsa Família um auxilio de pouco mais de R$ 90 reais para manter os filhos estudando, mas ela garante que é com o que retira do lixão que ela consegue completar a renda familiar. Ela explica que não usa nada para o consumo próprio da família, mas que retira do lixo apenas os produtos recicláveis que são vendidos para os pequenos empresários que exploram esse setor.
“Não é a coisa mais digna de se fazer não, mas eu preciso. Às vezes se ainda tem um brinquedo bom ou algum objeto eu levo pra casa, mas é só isso”, garante.
Um dos principais problemas hoje é que se não há coleta seletiva dentro do próprio município, no lixão o acondicionamento desse lixo também não é realizado de forma adequada. O aterro sanitário não passa de um imenso buraco cavado no local há muitos anos, sem que a obra fosse pra frente ele se transformou apenas em um lixão. Esses depósitos causam prejuízos para o solo e até mesmo para o ar que é respirado, pois a queima espontânea dos gases do lixo, durante a sua decomposição são prejudiciais à saúde. Se o aterro de fato existisse o lixo urbano produzido pela população caxiense poderia ser acondicionado de forma correta e evitar os prejuízos ao meio ambiente e a saúde da população.
Resíduos- Segundo as Organizações das Nações Unidas existem três maneiras de dispor do lixo e de resíduos sólidos. A primeira é o lixão, uma área a céu aberto onde os resíduos são despejados, sem nenhum tipo de impermeabilização do solo. Não atendem a normas de controle e estão proibidos no Brasil.
Eles atraem ratos, urubus, insetos e outros animais transmissores de doenças. No máximo, coloca-se uma terra por cima do lixo. Como não há cuidado, o lixo vai desmoronando ao longo dos anos enquanto se acomoda, afirma. Outro é o aterro controlado, normalmente um lixão remediado, que é coberto por terra, e depois por camadas sucessivas de terra e lixo, mas sem procedimentos de impermeabilização do solo. Por fim, o aterro sanitário, onde o depósito de lixo obedece a uma série de normas e procedimentos a fim de minimizar seu impacto sobre o meio ambiente.
Entre eles, distância de no mínimo 100 metros de área construída e cursos d´água, impermeabilização do solo com uma camada de dois metros de manta sintética, pedra e areia, alternância de lixo compactado com terra com argila, sempre terminando em grama, construção em desnível, drenagem de gás metano e chorume (líquido resultante da decomposição do lixo) e tratamento adequado de todos os dejetos. Sua vida útil é de 20 anos.
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