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Caxias, Ma, Brazil
Sou jornalista por formação e profissão há dez anos. Correspondente do jornal O Estado do Maranhão desde 1999. Já atuei em diversos jornalísticos de Caxias, impressos e na internet.Trabalhei em assessorias de imprensa. Este ano assumi a coluna política de Caxias em O Estado. Aqui estarão impressas um outro lado dessas noticias, os bastidores que pouca gente vê. Postarei também as reportagens produzidas por mim para este jornalístico e que agora estarão disponibilizados também na internet.Leia, reflita e comente.CONTATOS: (99)8133-3525 ou aneledepaula@gmail.com

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terça-feira, 12 de abril de 2011

PROBLEMAS TRAVAM AVANÇO DO ENSINO MUNICIPAL

       Mesmo tendo recebido nos dois primeiros meses deste ano mais de R$10 milhões somente em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a Prefeitura de Caxias não consegue sanar os problemas nas unidades educacionais do município. E eles vão desde simples goteiras em sala de aula à ausência de estrutura nas instalações físicas dessas escolas. Os principais prejudicados são os estudantes. Os educadores e diretores se calam, alguns por temerem represálias, outros por serem coniventes com o que está acontecendo com as escolas da rede municipal de Caxias.
      Na zona rural, por exemplo, foi constatada pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipal a situação precária na qual os estudantes da Escola São João estudam. A unidade está localizada no Segundo Distrito de Caxias. A Escola São João funciona em uma casa com paredes de taipa e coberta de palha. O chão é de barro e as carteiras são improvisadas. Uma delas, que serve para quatro alunos sentarem de uma única vez, é improvisada. A cadeira foi montada com duas carteiras e uma porta velha que funciona como assento. Uma carteira funciona como apoio e a outra é utilizada para pôr livros e cadernos durante a aula.Na unidade educacional não há secretaria, não há cantina e muito menos merenda escolar. São os próprios estudantes que cobram um lugar melhor para estudar, como é o caso de Francisca da Silva, de 8 anos.
     "A gente só queria estudar em um local melhor porque aqui é muito ruim, a gente não tem como aprender nada", criticou a aluna. "Tem dia que a gente está estudando e cai cobra e rato do teto", reclamou a estudante.
Abandono
    A situação da Escola São João é parecida com a dos demais estabelecimentos de ensino já denunciadas por O Estado. Nas comunidades da zona rural, o poder público ainda não chegou para administrar. Os pais também reclamam da precariedade dessas unidades de ensino. Eles afirmam que em algumas localidades as escolas existem porque o Município oferece o professor, mas a infraestrutura acaba ficando por conta das comunidades onde elas estão localizadas.
   "Minha filha só vai para a escola porque é o jeito, mas é muito ruim ela estudar. A escola está em ruínas e as crianças não têm outro lugar para ir", ressaltou uma mãe.
   Desde que as aulas começaram no dia 18 de fevereiro, outro problema voltou a se repetir, a falta de merenda escolar. Tanto na zona urbana quanto na rural, os estudantes conferem os dias que tiveram acesso a merenda. Para amenizar a fome, muitos tomam picolé, que custa R$ 0,50, para agüentar até o fim da aula. Os que não têm dinheiro voltam para casa com fome.

Sede de Loja Maçônica funciona como escola comunitária
Comunitárias

     Se nas escolas das zonas urbana e rural os estudantes estão passando por dificuldades de aprendizagem por conta da qualidade dos estabelecimentos que frequentam, o pior está nas unidades comunitárias de Caxias e elas são muitas espalhadas na cidade. Algumas estão situadas em prédios cedidos por lojas maçônicas. Os espaços nessas escolas são pequenos e sem infraestrutura para abrigar uma escola. As escolas comunitárias se dedicam à educação infantil, ensino que é de competência dos municípios.
    O chão da maioria destas escolas tem o piso deteriorado. As salas de aulas são quentes e separadas por divisórias inadequadas. Nas unidades de ensino que oferecem banheiro, este funciona precariamente.
Em algumas escolas comunitárias, o banheiro não tem porta e as crianças fazem suas necessidades protegidas por cortinas de plástico. Há várias semanas as unidades de ensino não recebem merenda escolar.
     A doutora em História da Educação, Maria de Fátima Félix Rosar, disse que é inadmissível que uma cidade como Caxias ainda tenha escolas comunitárias em pleno centro urbano.
     "Não há mais como Caxias ainda abrigar escolas comunitárias, mas infelizmente essa prática existe e ela só serve para alimentar uma parcela de amigos do poder", alfinetou Fátima Rosar.

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