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Caxias, Ma, Brazil
Sou jornalista por formação e profissão há dez anos. Correspondente do jornal O Estado do Maranhão desde 1999. Já atuei em diversos jornalísticos de Caxias, impressos e na internet.Trabalhei em assessorias de imprensa. Este ano assumi a coluna política de Caxias em O Estado. Aqui estarão impressas um outro lado dessas noticias, os bastidores que pouca gente vê. Postarei também as reportagens produzidas por mim para este jornalístico e que agora estarão disponibilizados também na internet.Leia, reflita e comente.CONTATOS: (99)8133-3525 ou aneledepaula@gmail.com

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

CULTURA: ENTREVISTA COM A HISTORIADORA JORDÂNIA PESSOA


"O livro é uma forma de socializar o conhecimento com a população de Caxias”

Para quem ainda não conhece a história de Caxias chegou este mês as livrarias caxienses a obra “Percorrendo Becos e Travessas: Feitios e Olhares das História de Caxias, a oportunidade para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a história caxiense. A obra que possui mais de 400 páginas é uma coletânea de 18 artigos  escritos por professores diferentes da área de História e Letras e organizados pelas professores Jordânia Pessoa e Salânia Melo. “São saberes dos ditos e escritos de Caxias em múltiplas temporalidades”, como elas mesmas definem no prefácio da obra que foi editada pela gráfica  da Universidade Federal do Piauí. O livro que é resultado de um trabalho que durou quase dois anos de pesquisa, é uma forma de compartilhar, recontar e contar as histórias de Caxias com as particularidades sentidas por cada autor. Em entrevista exclusiva ao blog Notas de Caxias a organizadora e autora de alguns dos artigos contidos no livro, Jordânia Pessoa, conta um pouco mais sobre a obra e seu processo de captação.

NC- Como surgiu a ideia de reunir todos os artigos de alunos, ex-alunos e professores dos cursos de Letras e História em único livro?

Jordânia- Na nossa última especialização do curso de História que foi Teoria da História, eu colocava para alguns professores que seria interessante que o fruto dessa especialização fosse socializado com a comunidade caxiense. Algumas pessoas abraçaram essa ideia e daí fomos reunindo pessoas e elas foram abraçando a causa. Inicialmente nós queríamos lançar o livro pelo selo da Universidade Federal do Ceará, mas percebemos que ficaria distante para acompanhar a diagramação e acabamos optando por lança-lo pela federal do Piauí.

NC- Quais são os pontos que a senhora destacaria como curiosidades dessa obra?

Jordânia-  Nesses dezoito artigos temos a história de Caxias entre os séculos XIX e o XX. Nós temos perfis biográficos como o de Gonçalves Dias, na visão de um literato e de alguém preocupado com a educação. Temos o perfil de Francisco Dias Carneiro, um dos pioneiros da indústria têxtil em Caxias. Contamos ainda com o trabalho de uma das pesquisadoras que fala sobre o trabalho das operárias da fábrica de tecidos. Há ainda um artigo sobre um jornal de Caxias denominado “As Crisálidas” que era editado só por mulheres, dentre outros textos, o que deixou o livro com histórias bastantes diversificadas.



NC- O que a senhora destacaria como mais importante nesse livro?

Jordânia-  A questão da história de Caxias é que agora o meio acadêmico está publicando. Antes os livros que foram lançados eram livros escritos por literatos, juristas e agora nós temos um livro que foi publicado a partir de pesquisas do meio acadêmico.

NC- O que diferenciaria então essa obra das outras já existentes?

Jordânia-  Que a pesquisa feita pelo meio acadêmico tem um diferencial teórico e uma preocupação com a documentação. O que eu destacaria é que esta é uma obra produzida pelo meio acadêmico socializando com a comunidade caxiense. É a primeira vez que o curso de História da Uema socializa com a comunidade aquilo que é pesquisado, porque publicar ainda é muito caro e essa parceria firmada com a Universidade Federal do Piauí traz um respaldo para o currículo de quem preparou essa obra.

NC- Já que foi um livro feito por acadêmicos e professores quais foram as fontes de pesquisa que eles utilizaram para compor esses artigos?

Jordânia-  Nós temos como fontes jornais de época, temos fotografias e temos também o que nós chamamos hoje na história a metodologia da história oral. Ouvimos pessoas e a partir da fala delas nós transformamos isso em documentos na escrito. Então para compor o livro você tem: fontes emerográficas, fontes iconográficas e fontes frutos de entrevista.

NC-  A senhora então destacaria esses pontos como relevantes para a história de Caxias?

Jordânia-  Muito relevantes. Porque os alunos dos cursos de história eles pesquisam muito. Eles vão ao Instituto Histórico e Geográfico, vão a Academia Caxiense de Letras. Alguns alunos vão até São Luís fazer pesquisa. Agora mesmo nós tivemos uma ex-aluna que foi aprovada em um mestrado de História do Brasil na Universidade Federal do Piauí e isso serve para comprovar que os nossos alunos estão lendo uma bibliografia de alto nível e principalmente atualizada. Isso serve como exemplo também para mostrar que nós temos um perfil de aluno muito bom hoje frequentando a universidade. O que nós estamos fazendo agora é tentando socializar esse conhecimento. Temos muitos trabalhos que estão na gaveta e eles hoje precisam chegar até o conhecimento da população.

NC-    Enquanto organizadora, escritora e também educadora qual é o conhecimento hoje da população caxiense sobre sua própria história?

Jordânia-  Nós historiadores conhecemos nossa própria história do passado até mais do que quem vivenciou essa história, porque nós vamos atrás dos vestígios desses fatos. Eu vejo que Caxias tem uma tradição histórica muito grande mas hoje não há uma preocupação, principalmente por arte do poder público, de passar essa história para novas gerações. Não há um livro publicado, por exemplo, para que as nossas crianças já comecem a gostar da sua história local. Ainda falta isso e nós do meio acadêmico, estamos querendo preencher essa lacuna. Socializar o conhecimento para que as novas gerações conheçam a importância da história de Caxias.

NC- Mesmo a obra tendo esse estilo de artigo é uma leitura acessível para todos os públicos?

Jordânia- Procuramos ao máximo escrever em uma linguagem mais simples possível, mais acessível a acho que o resultado foi muito bom. Isso se refletiu até no lançamento, pois muita gente, um publico bem variado, fez questão de adquirir o livro. As pessoas continuam procurando pelo livro e receptividade está muito boa.

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